Quando o corre vira surfe
A posição das ideias: O golpe cognitivo
Deu no New York Times
Fernando, o Belo
Não sabe se vai participar
Do próximo campeonato
De surf ferroviário
Surfista de trem
Surfista de trem
Deu no New York Times
A Feira de Acari
É um sucesso
O trem corre no trilho
Da Central do Brasil
O trem corre no trilho
Da Central do Brasil
Alô, Alô! W o Brasil
Alô, Alô! W o Brasil
Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!
Jorge Ben Jor – W/ Brasil
Pôr problemas e mostrá-los inseridos na paisagem histórica da realidade brasileira exige de nós o exercício de pensar questões que sejam nossas. Pensar problemas filosóficos significa voltar naquilo que seja próprio; ou seja, tornar visível o processo ocultado pelo soterramento de conceitos considerados universais. É nesse âmbito geral que os conceitos universais da filosofia foram encastelados, de modo binário, dual, racializado e hierárquico, no forjamento de um ocidente espelhado num jogo de apadrinhamentos políticos e geográficos nas arenas filosóficas. Portanto, tratar de questões e problemas filosóficos, que emergem dos diversos brasis das periferias da cidade, põe a necessidade de abrir, rasgar e invadir regiões dogmáticas pela posição das ideias. Porém, esse paralelo é mais legítimo ainda – por onde estamos quando pensamos ideias e questões filosóficas? Como não ler as questões que brotam da cidade? As ideias filosóficas estão isentas da cidade, do bairro, do beco, das ruas, linhas e fluxos que (en)cruzam a cidade? De fato, os falantes da filosofia não assumem o seu próprio analfabetismo existencial no que se refere ao ler perguntas que sejam próprias. Por exemplo, Kant não elabora uma filosofia francesa, Heidegger não inventa conceitos africanos, Aristóteles não se espanta com os surfistas de trem da Central do Brasil. Isto se dá porque todo filósofo só responde àquilo que seja extrato da natureza do próprio para criar o abstrato. Em ambos os casos, as naturezas da totalidade se manifestam a partir do que pode ser investigado do fenômeno do que se apresenta (totalidade e singularidade).
De outra forma, ao fazer filosofias, elas possuem nome, endereço, país, continente, sistemas ideológicos, gênero, lugar e território. Não é um acaso que “grandes filosofias” ocidentais criam gramáticas e sistemas próprios de codificações da ideia de mundo. Paralelamente, o mundo está onde nós pensamos, sentimos, agimos e parimos as relações entre Filosofia e filosofias, ao não tratar de filosofia brasileira, e sim filosofias no Brasil. Tomemos isso, como nosso caso particular – pensar filosofias da Central do Brasil de modo emergencial – suas vias, fluxos, durações de tempo, espaço e espacialidades nos novellus da cidade. Dentro desse quadro, o período atual em que nos encontramos lançados nas diversas gramáticas de tempo do capitalismo, o ocidente espelhado conjuga esforços para o não entendimento do jogo atual: o golpe cognitivo das ideias. Assim, o interesse do forjamento das ideias, a conjugação dos mundos, os modos operacionais da existência são interditados no momento em que alteramos a noesis do estabelecido e programados pela omissão de pensar aquilo que seja o próprio. Todavia, o que agora estamos assistindo em toda parte, fragmentada pelas matrizes do capital, é uma tendência de enfrentarmos a tensão do ocidente em disputa; logo é de extrema importância um novo giro epistêmico, pondo as filosofias no Brasil enquanto questão.
“É tudo nosso, porra!”: Abertura dos problemas
O pensamento modela o espaço, logo o espaço modela os corpos. Nessas condições, pensar em filosofias de corpos pretos na cidade revela que somos um conjunto de saberes ancestrais, condicionados à ação do espaço plural e dinâmico em um campo de fortes tensões, ou seja, sobreviver para existir. Tais questões, na dinâmica desses corpos, estão presentes em muitas ações do nosso dia a dia como, por exemplo, quando andamos de bicicleta no pátio da escola, o corre dos fluxos de tempo dos moto-táxis, ou quando ficamos em pé em cima de uma prancha de surfe de trem. E pode estar também, quando tentamos andar em uma corda esticada imitando o homem aranha, ou quando fazemos algum tipo de construção como paredes, prédios ou pontes. Além disso, isso demonstra que o fazer diário do cotidiano, na multiplicidade de ações na cidade, existem filosofias dos espaços agindo em diversos corpos na produção de tempo, espaço e afetos na ação territorial em que cada Jovem de periferia desenha práticas curriculares do acervo do mundo-escola numa poética do existir.
Apesar da dificuldade de se apresentar uma definição precisa para os fluxos do corre na ação desses jovens, na cultura escolar da cidade, esse conceito nos é familiar. Prova disso são os discursos corporais manifestados nas rodas de samba, funk e hip-hop nas diversas gramáticas espaciais: beco de favela, pátio de colégio e nas quadras de escola de samba. Portanto, é muito importante analisarmos o quanto praticamos espaços e discursos espaciais no (de)correr do dia, assim como deslocamentos individuais e coletivos no uso do corpo, no agir da cidade. Dessa maneira, percebemos no cotidiano que o corre e o correr são a condição mobilizadora do eixo educativo da práxis educadora, que esses jovens inscrevem seu texto espacial enquanto forma insurgente ao capital e que impõe novas configurações de tempo na exploração do trabalho.
Assim, o verbete filosófico do corre traz as mútuas corporalidades do trabalho na ação do espaço desses filósofos construtores de cidade. Com isso, se distancia de uma lógica dicotômica de construção do conhecimento colonial estabelecido, que preconiza uma separação entre mente e corpo, sujeito e objeto, representação e prática, na medida em que compreendemos o indivíduo que se move de modo indissociável de seu corpo, não mais um objeto e do mundo sócio-histórico-cultural no qual habita as contradições do (per)correr as brechas do sistema. Nessa perspectiva, a ação do corre não trabalha a partir da existência de uma sequência na qual a representação antecede a prática, uma vez que essa ideia mais separa e prioriza a mente (representação) em relação ao corpo daquele que realiza o circuito de corres na paisagem urbana. Por outro lado, essa dinamicidade do corre, da correria e da corrida produzem nomadismo e linhas de fuga na velocidade de fluxos, na teia móvel no espaço racial. Desta forma, quanto mais fluxos no espaço racial, mais a dinamicidade do corre realiza estratégias diárias no território do vivido, por excelência, um novo eixo filosófico, cartografado pelas experiências acumuladas do individuo na urbe-preta.
Cabe aqui relacionar nessa urbe-preta, uma antropofagia filosófica entre: “os crias do corre”, surfistas do trem, filósofos, malandros e andarilhos, pois é tão natural quanto tentar reinventar as próprias palavras que os norteiam, pessoas que vagueiam, que vagam nos fluxos, ou seja, que carregam o significado no próprio movimento espacial, no corpo. Dentro desse quadro, “os crias do corre”, por exemplo, são aqueles que trafegam no tempo líquido deslizado na grande prancha de metal .
A partir do texto-imagem, é notável que o corpo dos crias do corre se moldam conforme a velocidade do objeto estático no deslocamento de um prancha de metálica, que os espacializa no ar suspenso de átomos. Entretanto, o corpo enquanto possibilidade de pedagogias do sensível, ginga, gira, dribla, se contorce num ballet preto contemporâneo, desvendando e desenhando formas e linhas caóticas nas escalas multiterritoriais de práticas concebidas na coletividade, no momento em que as aulas práticas de física e matemática introduzem seus conceitos básicos na paisagem filosófica: tempo e espaço. Sendo assim, mais do que uma metáfora, a ação curricular evidencia seus conhecimentos empíricos de modo violento num surfe radical, nas curvas e dobras da tecnologia do corpus: a grande prancha de metal se temporaliza no corpo preto gerando uma desterritorialização como o movimento pelo qual se abandona o território. É a operação da linha de fuga, e a reterritorialização, como o movimento de construção do território (corpos, trem, espaço-tempo).
Sobretudo, não existe apenas um corpo preto erguido num suporte de uma grande prancha de metal ao mirar-se na onda e nos lençóis de tempo, e sim, uma base, de substantivo feminino, a superfície inferior de um corpo, algo que serve de apoio, de princípio ou fundamento da arquitetura do devir-negro. Às vezes chamada de pedestal, para os músicos é a nota fundamental, a tônica do espaço. Para os engenheiros da musica, uma base pode ser tão mágica a ponto de suportar em si esculturas vivas, mas, sobretudo pode ser lugar de discussão para arte conceitual; para os surfistas de trem ou do corre, uma base é a prancha, objeto que proporciona o escorrego, a fricção entre o corpo e a onda metálica. Espécie de tapete mágico, onde o surfista de trem-dançarino de uma cena líquida, pode fazer jus à teoria das ondas na física e ser a própria dobra, portanto, a dobra somos nós. O surfista de trem e os crias do corre, ao contrário de nadadores de si, dispõe de um material extra-humano na arquitetônica do espaço racial: a prancha de metal e a força motora extracorporal, isto é, a vaga no vago (ethos da disputa do que se move). É claro que o trabalho, a técnica, o treino, a escuta do corpo, da onda e alianças desses dois elementos nutrem a sensação do surfe de trem-imagem-movimento, inserido numa filosofia do beco, vielas e esquinas – conteúdo,imanência, uma vida.
Mas, mesmo assim, deve se levar a sério as técnicas apreendidas da física e matemática nesse corpus que se desloca pela prancha de metal. Habitar a dobra da onda é a tarefa deles e, com efeito, os surfistas de trem fazem isso muito bem, e é nessa imersão de tempos e fluxos que o devir-negro se faz. O corpo súrfico dos “crias”, ultrapassa limites territoriais delimitados pelo espaço divido, conquista novos meios de seu uso próprio e intensifica sensações, revelando a presença física de prática de deslizamento na superfície estática/ dinâmica construindo arquiteturas humanas- o fato de ser mortal. De certa forma, o corpo de um surfista de trem se habilita no jogo das tensões do espaço, através da prancha, extensão de pés, que o fazem andar sobre o tempo liquido na fluidez das horas em suspensão. Por isso, mediante tal rapidez das sequencias de imagem aceleradas no (des)correr, o surfista de trem suspende a noção de tempo rígido que se finaliza na Central do Brasil, criando em si um meta-espaço, no deslize na grande prancha de metal.
A vida no riscado enquanto risco:
Exú, orixá dos fluxos de tempos, caminhos, trilhas, trilhos, becos, ruas, fendas, (per)cursos, mapas, estratégias, evoca toda inteligência humana nos tratados da vida como risco. Isso revela que cada preto(a) de favela e nas periferias da cidade (en)cruzam os labirintos da cidade em movimento. Poderíamos dizer, que no marca-passo do andar desses andarilhos no registro topográfico do tempo, se inscreve afrocartografias de corpos, que são visualizados pela estrutura racial, logo o entendimento de como atravessar os múltiplos caminhos exige uma pedagogia da ação para entender os códigos raciais que se erguem, delimitam os desenhos do pé-no-chão. Portanto, pensando com as alegorias do ente Exú, no chão exposto se deixa rastros, textos e escrituras do agir em bonde na cidade. Tal processo, entre andarilhos, caminhos e fluxos, evoca seu Exú de cada dia, em rezas, preces e orações, para aquilo que está ocultado na paisagem, que não se mostra. Se o caminho é riscado enquanto risco, a vida desses jovens que brotam de diversas realidades se faz no fiar tensionado como força vital. O que significa que: vida, caminho e movimento se separam da totalidade, produzindo em si os saberes das gramáticas expositivas do chão. Daí, a força vital dessa arquitetura humana, condicionada pela ação espacial, modelado em forma do aglomerado – o bonde insere novas possibilidades de repensar outras geografias de deslocamentos no espaço em questão. Com o respectivo caráter, o traço do riscado do risco de quem (só)brevive detém os conhecimentos de didáticas lecionadas no campo das sensibilidades desse corpo preto, atravessado por acúmulos de opressão. O que, portanto, teria que ser característico para uma ética da virtude do sobreviver. Ou seja, voltar pra casa é um esforço hercúleo ao atravessar o campo minado de ideologias racistas como estrutura primeira de realidade na cidade. Por isso, Exú precisa sempre nos proteger de (des) caminhos mal andados.
Erguem-se as ondas: o espaço súrfico
Erguem-se blocos de tempo-espaço na dimensão do concreto sobre o espaço surfíco, condicionando os deslizes, dobras e fluxos que o corpo preto precisa enfrentar ao mergulhar na vida perigosa dos trilhos do trem. Portanto, há uma troca frequente dos objetos; em geral estamos sempre saindo de um para outro e prolongando a percepção em algum movimento que nos seja desafiador com a vida-limite. Ou seja, ação que, por ser conhecida e habitual, é executada sem pensar: como se lançar diante do espaço súrfico das emoções? De certa maneira, existe uma percepção prolongada numa ação que não dispensa o pensamento da criação, pois o esquema sensório-motor reduz, ao máximo, as diferenças para dar respostas úteis. Daí gera-se uma subjetividade regida pelos interesses da percepção do surfe metálico, que concebe o tempo pela passagem enfileirada e contínua de presentes e que considera o tempo uma decorrência do movimento. Na medida em que a prancha de metal acelera, os surfistas de trem são reconduzidos ao mesmo objeto, disposto em diferentes planos, gerando atenção nas regiões mais profundas da subjetividade coletiva, construída no deslocamento de muitos, na mesma prancha de metal. Ali, os surfistas do corre, saltam no voo livre, em imagens múltiplas. O tempo assume nesse reconhecimento um papel preponderante: vai-se da percepção da onda súrfica, e não mais da percepção linear-estática, e, por isso, o papel decisivo que o surfista adquire. A grande prancha de metal e o surfista participam do reconhecimento atento, mas o tempo ainda atua como coadjuvante entre lugar, cidade e movimento, descrevendo amplos circuitos, que vão do voo – livre no objeto-móvel e das linhas de tempo que os atravessam.
“Os donos do pedaço”: a grande prancha de metal
Os moleques do corre e os surfistas de trem se apropriam do espaço urbano, como nas relações de sociabilidade formadas no “pedaço-espaço-fluxo”. Isto porque o processo de deslocamentos destes jovens pretos em seus bairros de origem tem sido por meio da grande prancha de metal, fazendo com que os “trajetos-múltiplos” construídos por eles – no movimento de se “fazer cidade” – passem a ter uma nova dinâmica, na medida em que a presença de pontos rizomáticos em sua rede produz uma nova cartografia urbana.
Neste sentido, a grande prancha de metal passa a cumprir um papel que tende a determinar a circulação dos surfistas de trem no meio urbano, como uma espécie de centro de ondas gravitacionais, que levam à formação de uma cartografia onde os pontos passam a compreender as linhas e conectam as diversas teias da cidade. Logo, isto tem feito com que os surfistas de trem desenvolvam uma nova dinâmica na metrópole, em que a ocupação e a re-significação da arquitetura urbana vêm sendo preteridas por caminhos que levam os surfistas a territórios fixos e determinados para a prática do espaço súrfico metálico, localizados de forma dispersa pelos bairros mais afastados da cidade do Rio de Janeiro. Este novo movimento tem feito com que os surfistas passem a construir circuitos ao atravessar os diferentes campos minados pelo racismo e suas múltiplas ações no território.
Por isso, é importante frisar que este circuito-súrfico tem evidenciado a disputa territorial e os conflitos espaciais que se projetam na dimensão do “pedaço”. Na medida em que o espaço súrfico passa a atrair mais surfistas de “fora da vizinhança” para dentro do bairro, o limite territorial do racismo impede a invasão destes filósofos do espaço na falsa ideia de zona sul carioca. Há de se destacar que estes espaços súrficos se ampliam na conjuntura das décadas de 80/ 90, pelo fato de estes equipamentos, em sua maioria, estarem localizados em bairros periféricos da capital (nas “quebradas”), e permite – assim como acontece com o funk no Rio de Janeiro – que muitos jovens pretos tenham acesso à periferia na busca por pontos para a prática do surfe de trem Mas, para isto ocorrer, é importante que os surfistas estabeleçam alianças fora de seus respectivos “pedaços”, mesmo que estas ligações sejam circunstanciais e se esgotem no instante do encontro. Isto porque, ao contrário do corre, que tende a se instalar em territórios mais centrais da cidade, caracterizada por ser um espaço não definido e não delimitado, do qual ninguém é propriamente dono, – a esfera do bairro, por sua vez, é um espaço marcado por relações mais familiares, próximas, homogêneas e de conhecimento, e a presença do “estrangeiro” (aquele que é de fora da quebrada) é vista, muitas vezes, com desconfiança por seus moradores. Nesta perspectiva, os “pedaços” se transformam em pontos de referência, tanto para os locais como para os de fora, onde a pista passa a representar uma espécie de ágora – filosófica/ gueto. –, Isto é, um espaço de pertencimento e reconhecimento dos surfistas residentes do bairro, frente aos outros grupos que passam a adentrar seu território, de modo a criar um sentimento de localidade caracterizado por uma porção de terra a que os moradores têm consciência de pertencer, formando certa unidade diferente das outras. Com isso, os “pedaços” tendem a perder sua transitoriedade de ocupação, na medida em que as redes de sociabilidade passam a ser construídas por meio de uma maior sedentarização, ou seja: o surfista passa, agora, a ser identificado em sua dimensão espacial. Desta forma, o “pedaço”, ao se incorporar a um “circuito” mais amplo, torna-se mais físico, visível, público e fluido em decorrência da constante presença de surfistas de fora do bairro no espaço súrfico.
No entanto, este processo não implica na diluição da categoria de “pedaço”, mas aponta para as transformações que ela vem sofrendo ao ser inclusa no “circuito” do fluxo do corpo-súrfico na cidade, em busca de pontos para a prática do surfe. Assim, esta categoria continua, ainda, válida para sistematizar segmentos e adensamentos locais do universo de surfe de trem, pois, mesmo com as transformações ocorridas em detrimento da instalação do espaço surfíco no bairro, o “pedaço” continua mantendo um componente simbólico de identificação e classificação daqueles que são os locais da pista, fazendo com que seja conservado um circuito preto na cidade.
Assim, este movimento súrfico na grande prancha de metal, que tende a levar a um estriamento da sociabilidade do território–corpo para o território–pista, tem feito com que o “pedaço” passe a coexistir dentro de uma espécie de “mundo social”, ou seja, o surfista dentro do seu bairro, ao mesmo tempo em que mantém relações mais estáveis e familiares com seus pares da quebrada, passa também a estar em contato (sem sair do bairro) com o universo mais amplo, heterogêneo e diferenciado dos espaços na formação de uma grande África súrfica na cidade.
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