Do caos à criação do Universo: uma narrativa mítica da Mesopotâmia
Os mesopotâmicos foram os responsáveis pela invenção das cidades, pela agricultura irrigada, pela escrita, pela astronomia e por mitos de criação. Em um destes textos, o poema Enûma Eliš, eles narram sua aversão ao caos e o longo e conflituoso processo de surgimento dos deuses, da natureza e do homem. Era imperioso ordenar o mundo e, para isso, foi necessário realizar uma luta sangrenta entre divindades e estabelecer um vencedor que iria nomear e, assim criar, o Universo. Propomos analisar este documento excepcional do mundo oriental e refletir sobre a cosmovisão de uma das primeiras civilizações da antiguidade.
Introdução
A Mesopotâmia, localizada no vale fluvial dos rios Eufrates e Tigre, no atual Iraque, foi o local onde surgiram as primeiras civilizações urbanas. Esse território foi palco de importantes culturas na antiguidade, como a suméria, a babilônica e a assíria, ao longo de três mil anos de história. Sua estrutura política foi marcada pela pulverização do poder, onde cada cidade-estado disputava a hegemonia política sobre uma região. O politeísmo foi uma das características desta sociedade, onde cada cidade-estado possuía seu próprio panteão, criando um verdadeiro mosaico de divindades e mitologias.
O desenvolvimento da agricultura no Oriente Próximo foi seguido por uma rápida difusão para a Europa, a África e a Ásia. A prática da agricultura garantiu bases alimentares estáveis, favorecendo a expansão demográfica rápida e permitindo o desenvolvimento de novas atividades culturais que culminaram com a revolução urbana. Gradualmente novas formas de organização social se desenvolveram, com o surgimento das cidades, das religiões institucionalizadas e da escrita (MARGUERON, 1996).
O início do III milênio AEC foi marcado por disputas militares entre os vários centros urbanos no sul mesopotâmico, em luta pela hegemonia política dos territórios vizinhos. O resultado dessas guerras transformou o desenvolvimento dessas cidades: as revoltas no interior do país levaram à uma migração significativa do campo para a cidade, fazendo com que a maioria da população se tornasse urbana; maciças fortificações foram construídas para garantir a segurança destas cidades, definindo assim a diferença entre o espaço urbano e o rural e restringindo o acesso às cidades a determinados pontos que eram os portões das muralhas. As necessidades de guerra exigiram um maior desenvolvimento da autoridade política e militar, fazendo nascer a segunda principal instituição urbana – o palácio. As cidades mesopotâmicas passaram então, a contar com dois centros de poder: um político e militar – o palácio-, e outro econômico e religioso – o templo. Os templos foram responsáveis pelo desenvolvimento de vários aspectos da sociedade, como a escrita[1], a literatura, o Estado, o sistema jurídico, a arte e a arquitetura, entre outros (POZZER, 2010).
Uma característica da civilização mesopotâmica era a crença em divindades celestes que seriam responsáveis pelos acontecimentos na vida dos homens na terra. Para poder explicar estas relações, escribas e sacerdotes criaram mitos e narrativas literárias que tratam das mais variadas questões. Esta documentação inclui desde mitos cosmogônicos até textos que relatam a fundação de cidades, passando por composições mágico-medicinais (LÓPEZ, SANMARTÍN, 1993).
Em um destes textos, conhecido como o poema Enûma Eliš, é narrada a aversão dos mesopotâmicos ao caos e o longo e conflituoso processo de surgimento dos deuses, da natureza e do homem.
O Poema da Criação Enûma Eliš
O Poema da Criação ou Enûma Eliš celebra, em 7 tabletes[2] e 1.100 versos, a glória de Marduk e explica sua ascensão ao trono no panteão babilônico. A narrativa teria sido escrita no final do século XII AEC, durante o reinado de Nabucodonossor I (1124-1103), mas os manuscritos que sobreviveram são mais recentes. Assim como outros textos clássicos da literatura mesopotâmica, eles foram recopiados nas escolas de escribas, fato que permitiu sua preservação (PEINADO, 1994).
O documento revela as origens do Universo, o combate dos deuses organizadores do mundo contra as forças do caos, representados pelas águas primordiais – Apsû, as águas doces, e Tiamat, as águas salgadas, que no início dos tempos formavam um todo indiferenciado. A descoberta desta obra foi assinalada por Georges Smith, epigrafista do Museu Britânico, em um artigo no Daily Telegraph de 14 de março de 1875.
Existem cerca de 60 cópias conservadas do manuscrito, sendo provenientes dos sítios arqueológicos de Assur, Kiš, Nínive e Babilônia, atualmente localizados em território iraquiano. Todas as cópias possuem a mesma ortografia e exatamente o mesmo texto. Diferentemente de outras composições literárias, como Atrahâsis ou a Epopeia de Gilgameš, não existem versões, nem edições diferentes (POZZER, 2014).
O documento segue o protótipo sumério do mito de Enlil, deus supremo da cidade sagrada de Nippur, e faz a exaltação do deus babilônico Marduk. Sabe-se que era um texto obrigatório para os aprendizes de escribas e sacerdotes e seria recitado durante as festas de Akîtu, o Ano Novo babilônico, festejado no solstício de verão no hemisfério norte.
A obra trata de questões fundamentais, como a criação do Universo, dos deuses e do Homem, mas também oferece informações para o estudo de teologia, de astrologia e de astronomia. Seguindo a característica da produção literária mesopotâmica, o texto é anônimo e seu título, adotado pelos estudiosos do século XIX, são as duas primeiras palavras do poema: Enûma Eliš – Quando no alto…
A seguir, apresentaremos uma breve descrição de cada um dos 7 tabletes, assim como proporemos a tradução de alguns excertos do mesmo, baseados na versão canônica publicada por Jean Bottéro e Samuel Kramer (1993, p. 602-679).
1º tablete
O primeiro tablete evoca a origem de tudo, quando o céu e a terra ainda não tinham nome, isto é, não existiam. Havia somente um caos aquático com dois elementos primordiais: Apsû, o abismo oceânico (água doce), entidade masculina e Tiamat, o mar tumultuado (água salgada), entidade feminina. Desta mistura surgem dois deuses principais: Lakmu e Lakhamu que, por sua vez, dão origem à Anšar (horizonte celeste) e Kišar (horizonte terrestre), “que lhe eram superiores”, segundo o texto. Estas divindades engendram vários outros deuses, sendo o primeiro dentre eles Anu[3] que procriou Éa[4], “dotado de uma força imensa, muito mais poderoso que seu pai”. Estes novos deuses, sob o comando de Éa perturbam a tranquilidade de Apsû e Tiamat (l. 29-46):
Então, Apsû, o Produtor dos Grandes Deuses, chamou Mummu[5] e disse-lhe: (…) Vamos encontrar Tiamat! (…) E, sentados na presença de Tiamat, discursaram e discutiram. (…) Tendo aberto sua boca, elevou a voz e disse à Tiamat: “Sua conduta me é desagradável: durante o dia não me repouso; durante a noite não durmo! Quero exterminá-los e abolir suas atividades, para que seja restabelecido o silêncio e que nós possamos dormir!” Tiamat ouvindo isso vociferou contra seu esposo (…): “Porque, nós mesmos iríamos destruir o que produzimos? A conduta deles é bastante desagradável? Tenhamos paciência!”
Éa fica sabendo das intenções de Apsû e, com muita astúcia, planeja vencê-lo. Éa recita um conjuro que amortece Apsû e o faz cair em um sono profundo. Assim, Éa rouba-lhe a coroa, se apossa do seu palácio e, finalmente, o mata. E será neste mesmo palácio que Éa e sua esposa Damkina irão conceber e dar à luz a Marduk. Ao nascer, todos os deuses reconhecem sua superioridade, sua força e inteligência.
Porém as antigas divindades vêm implorar que Tiamat se vingue da morte de seu esposo e que, juntamente com eles, crie as dozes terríveis criaturas para lutar contra Anu.
2º tablete
Éa é informado do conflito e tenta, com o auxílio de Anšar (seu avô), lutar contra Tiamat, mas é derrotado, assim como Anu. Então, Anšar reúne os deuses em um conselho e propõe que se nomeie Marduk, filho de Éa, para lutar contra Tiamat.
3º tablete
Os deuses se reúnem e organizam um banquete: falam, comem e bebem. Depois fixam o destino de Marduk.
4º tablete
Os deuses rendem homenagem à Marduk e lhe entregam os atributos da realeza. Com eles Marduk fabrica suas próprias armas (arco, flecha, maça, rede, armadura, raios, os 4 ventos, carro de guerra) e parte para o combate contra Tiamat, numa luta corpo-a-corpo. Marduk vence e mata Tiamat e, com suas partes dilaceradas, cria o céu e a terra.
Ele a cortou em dois, como um peixe seco e colocou uma metade em forma de abóboda celeste. (…) Ele edificou o Grande Templo de Éšarra[6], ele edificou assim o Céu! E fez que Anu, Enlil e Éa ali ocupassem seus lugares. (l. 137-146).
5º tablete
Depois de ter vencido o caos e de ter criado o cosmos, Marduk cria as estrelas e o calendário. Também cria a lua[7] e o sol[8]. Ainda com os restos de Tiamat cria a névoa, os ventos, a chuva, o frio e a neve. Marduk é entronado rei dos deuses e decide criar a cidade de Babilônia.
Ele ali criou suas estações para os Grandes Deuses; ele ali criou, em constelações, as estrelas que são as Imagens deles (os deuses). Ele definiu o ano (…) e os doze meses. (l. 1-4)
Dentro do próprio fígado de Tiamat ele colocou as altas zonas celestes. Depois ele fez aparecer Nanna à quem ele confiou a Noite. (l.11-12)
E quando Šamaš, do horizonte, se dirigiu na tua direção (da Lua) (l. 19)
Ele reuniu a baba de Tiamat e Marduk formou a névoa (l. 47-48)
Tendo, então disposto a Cabeça de Tiamat, ele amontoou, por baixo, uma Montanha, onde ele abriu uma Fonte (na qual) jorrou um jato. Ele abriu nos seus olhos o Eufrates e o Tigre. (…) Sobre seus seios, ele amontoou as Montanhas longínquas, ele ali escavou fontes para correr em cascatas. (…) Ele dispôs o cume de Tiamat para sustentar o Céu e forrou (com) sua outra metade para consolidar a Terra. (l. 53-62)
Eu quero construir para mim um Templo que será minha habitação de escolha, no meio da qual eu implantarei meu Santuário e eu designarei meus apartamentos para ali estabelecer meu reino. (l. 122-124)
Quando vocês deixarem o Céu para descer para a Assembleia, esta será sua etapa, para recebê-los todos juntos! Eu lhe darei por nome “Babilônia: o Templo dos Grandes Deuses” e será ali que faremos nossas festas! (l. 127-131)
6º tablete
Neste tablete temos o discurso de Marduk sobre sua decisão de criar o Homem para trabalhar e servir os deuses e separar as divindades em dois grupos (céus e terra). Este trecho narra, ainda, a construção de Babilônia e a nomeação de Marduk como rei dos deuses.
Eu irei condensar o sangue, constituir uma ossatura e suscitar um protótipo humano, que se chamará “Homem”! Este protótipo, este Homem, eu irei criá-lo para que lhe sejam impostas as corveias dos deuses e que estes tenham descanso. (…) A fim que, mesmo separados em dois grupos (homens e mulheres), eles sejam identicamente honrados! (l. 5-10)
E, comunicando seu projeto para o repouso dos deuses: “Que me seja entregue um de seus irmãos: aquele que perecerá, para que sejam formados os homens! Que os Grandes Deuses se reúnam a fim de que seja entregue o Culpado, os outros ficarão sãos e salvos!” (l. 12-17)
Os Igigi, os Grandes Deuses, responderam-lhe (…): “Qingu sozinho planejou o Combate, levou Tiamat a revoltar-se e organizou a Batalha!”. Ele foi algemado e levado diante de Éa. Depois, para infligir seu castigo, ele foi sangrado e, de seu sangue, Éa produziu a Humanidade. (l. 27-33)
“Façam então Babilônia, uma vez que vocês querem assumir o trabalho!” (…) E, durante um ano eles moldaram os tijolos; depois, a partir do segundo ano, de Esagil, réplica de Apsû, eles construíram a cumeeira. Eles construíram também a Torre em andares[9] deste novo Apsû. E eles ali estabeleceram uma Habitação para Anu, Enlil e Éa. Então, em majestade, ele veio e tomou o seu lugar diante destes últimos. Desde o topo de Esarra podia-se contemplar o pináculo! (…) Convidou os deuses, seus pais, para seu banquete. “Vejam (disse-lhes), Babilônia, sua Morada e Residência: divirtam-se! Fartem-se de sua alegria!” (l. 57-75)
E os Grandes Deuses, unânimes, exaltaram os destinos de Marduk e se prostraram diante dele. (…) Eles conferiram-lhe o exercício da Realeza sobre os deuses, confirmando o poder absoluto sobre os deuses do Céu e da Terra. (l. 95-100)
7º tablete
No último tablete, as divindades proclamam, pela segunda vez, os atributos de Marduk recitando 50 nomes. O poema encerra fazendo um apelo à memória, que se cante as proezas de Marduk para que não se esqueça.
Algumas reflexões
A partir da leitura do documento fica evidente a preocupação com a glorificação de Marduk enquanto deus supremo do Universo e dos homens, graças à sua intervenção, em um tempo mítico, em um conflito que dividiu as divindades. A partir desse fato, ele pôde criar e organizar o mundo e a humanidade. Mas, para poder edificar sua supremacia perante o conjunto das divindades, Marduk travou uma luta com os elementos primordiais, que existiam desde o início dos tempos, antes mesmo da criação da civilização e do nascimento dos deuses. E a ação suprema de gênese de um mundo ordenado foi a fundação da cidade de Babilônia, como sendo a plenitude do mundo e o centro cósmico do Universo (tablete VI, l. 57-65).
Podemos associar a passagem do poema no tablete VI com um documento que, indiscutivelmente, possui grande notoriedade e é conhecido como o “Mappa Mundi” mesopotâmico.
Este manuscrito, atualmente conservado no Museu Britânico, sob o número de inventário BM 92687, é, provavelmente, originário do sítio arqueológico de Babilônia e possui datação em torno de 600 AEC. Neste documento, Babilônia aparece como o centro do mundo geográfico e cósmico ao mesmo tempo.
O tablete foi objeto de um estudo exaustivo e completo realizado por Wayne Horowitz (1998), que decifrou e traduziu as inscrições, bem como propôs uma interpretação para o mapa. Para este autor, trata-se do único documento mesopotâmico que evidencia a superfície da Terra, sob o ângulo de um voo de pássaro.
Cerca de 1/3 do anverso do tablete está ocupado com um texto mitológico, com 11 linhas, muito fragmentário e de difícil compreensão, que guarda certa semelhança, em algumas passagens, como Poema da Criação Enûma Eliš. No verso do tablete, temos um texto com 29 linhas e que considera-se que possui uma ligação direta com o mapa. As últimas linhas do verso descrevem, de forma sintética, os oito nagû, as regiões ou províncias, como por exemplo: “Para se chegar na quarta região, tu efetuarás uma viagem de sete léguas.” (Horowitz, 1998, p. 25).
Segundo Irving Finkel (2008, p. 309):
O mapa em seu sentido normal de leitura, sua orientação e a repartição dos elementos que o compõem, não coincidem com um mapa geográfico moderno (…). Ele se interessa às terras longínquas, aos eventos e às criaturas mitológicas, assim como ao mundo situado além daquele que nos é familiar. A visão do mundo representada na argila é, pois, esquemática e pode estar associada à uma visão aérea.
O elemento central do mapa é composto por dois círculos concêntricos, com um orifício central, provavelmente feito pelo compasso utilizado para traçá-los. No interior do duplo anel temos a inscrição ídmar-ra-tum[10], que na língua acádica significa “oceano”, repetida quatro vezes, evidenciando a concepção mesopotâmica de que o planeta Terra era cercado pelas águas salgadas.
No interior do círculo estão nomeados diversos lugares e importantes elementos geográficos da Mesopotâmia, representados por triângulos, círculos, retângulos e linhas curvas. Cortando o círculo no sentido leste-oeste, temos a indicação da cidade de Babilônia, literalmente representada como centro do mundo. No sentido norte-sul, exibe-se o rio Eufrates que serpenteava a cidade. O rio Tigre não é citado neste documento.
Os pequenos círculos apresentam cidades e/ou regiões conhecidas pelos antigos babilônicos, como Der, Susa, Urartu, Assíria, etc. Observa-se, ainda, cinco triângulos que portam inscrições, indicando lugares nomeados simplesmente por “região” ou “província”.
Podemos destacar, também alguns aspectos literários do documento, como sua escrita na língua acádica[11], seu caráter épico, em versos com ritmo e métrica, onde a cada 5 versos forma-se uma estrofe. De uma perspectiva moral, o documento evidencia a luta entre o bem e o mal, onde triunfam a justiça e a verdade. Já sob o prisma da cosmogonia, podem ser elencados importantes elementos como a criação do céu, demonstrando profundo conhecimento de astronomia; a existência de três elementos comuns nas religiões do mundo semita – as águas primordiais, as trevas e o espírito da divindade. O texto apresenta, ainda, uma ideia de evolução na criação, pois ela termina com o mais perfeito dos seres – Marduk, o criador do céu e da terra. Outro conceito teológico, que será apropriado ao longo da história, é a existência da tríade divina, sendo composta por Anu, Enlil e Éa, todos divindades masculinas. Além disso, podemos ressaltar alguns aspectos científicos da obra, como os doze monstros do exército de Tiamat, identificados com as doze partes do zodíaco, inventado pelos babilônicos no século XIII AEC.
Finalmente, o documento nos ensina um preceito de grande atualidade, através do simbolismo da vitória de Marduk sobre Tiamat: é a vitória da inteligência sobre a força caótica, desordenada, irracional. A razão é apresentada como senhora absoluta, capaz de organizar o cosmos perfeitamente: céu, terra, poderes divinos, homem, animais e plantas fazem parte de um todo articulado em perfeito equilíbrio.
Referências Bibliográficas
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BLACK, J., GEORGE, A., POSTGATE, N. A Concise Dictionary of Akkadian. Wiesbaden: Harrassowitz Verlag, 2000.
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___________; KRAMER, S. Lorsque les dieux faisaient l’homme. Paris: Éditions Gallimard, 1993.
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FINKEL, I. La Carte babylonienne du monde. In: ANDRÉ-SALVINI, B. Babylone. Catalogue de l’exposition. Paris: Hazan, 2008, p. 309-311.
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MUSEU BRITÂNICO. http://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection_object_details.aspx?objectId=1339454&partId=1&searchText=enuma+elish&p%E2%80%A6. Acessado em 04/06/2018.
PEINADO, F.L. Enuma Elish – Poema babilónico de la Creación. Madrid: Editorial Trotta, 1994.
POZZER, K.M.P. A Palavra de Argila e a Memória da História. In: KARNAL, L., FREITAS NETO, J.A. (orgs.). A Escrita da Memória – Interpretações e Análises Documentais. São Paulo: Instituto Cultural Banco Santos, 2004, p. 63-91.
______________. A Epopeia de Gilgameš: Amizade e Morte na Mesopotâmia. In: SANTOS. D. (org.) Grandes Epopeias da Antiguidade e do Medievo. Blumenau: Edifurb, 2014, p. 42-53.
* Doutora em História pela Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne, Professora nos Curso de História da Arte, de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
[1] Os documentos mais antigos conhecidos na escrita cuneiforme foram encontrados em um templo, na cidade de Uruk, com data aproximada de 3.200 AEC.
[2] O tablete de argila foi o principal suporte da escrita na Mesopotâmia. Possui forma retangular ou quadrada, podendo variar de 3cm a mais de 50cm de altura.
[3] Anu é a palavra suméria para o céu e só existe no plural. É também um deus primordial e ocupou o lugar mais importante dentre as divindades mesopotâmicas. (Black; Green, 1998, p. 30)
[4] Éa é o nome acádico do deus Enki, em sumério. Estava associado às águas subterrâneas, a sabedoria e a magia.
[5] O termo “pagem” escolhido por Bottéro quer indicar uma espécie de secretário particular de Apsû.
[6] Éšarra, em sumério significa “Templo Universal”.
[7] Nanna, em sumério é o correspondente para Sîn, em acádico.
[8] Utu, em sumério é o correspondente para Šamaš, em acádico.
[9] Torre em andares é a menção ao zigurate de Babilônia, geralmente conhecido como a Torre de Babel.
[10] Íd é uma partícula que tem função de determinativo e antecede os nomes de rios e canais.
[11] O acádico é uma língua semita, juntamente com o árabe, o hebreu, o aramaico, etc. É uma língua flexionada, ou seja, as palavras modificam-se e variam seu sentido com a adição de prefixos, sufixos, infixos e desinências diversas. O acádico teve três grandes dialetos: acádico antigo, babilônico e assírio. Durante os II e I milênios AEC foi a língua diplomática internacional, sendo utilizada nas cortes de todo o Oriente Próximo.