Modos de observar a natureza – A lição primeira de Platão revisitada pela física contemporânea
Flavia Bruno
1 Introdução
Sendo a filosofia uma uma prática de livre exercício do pensamento, não é possível falar de um único modo de ver a natureza em Filosofia. Como não é comprometida com a verdade ou com a comprovação científica, mas é puro exercício de pensar, ela experimenta ideias, sínteses, especulações que não esperam adesão definitiva. Logo, seria possível, a partir de diversos autores ou diversas escolas tratar de um ou outro modo como cada um observou a natureza. Entretanto, há, dentre as primeiras lições que a filosofia constrói no ocidente um ensinamento fundamental de como observar a natureza e tal ensinamento remete à Platão, filósofo grego do século V a.C.
2 A prática de pensar
A prática filosófica é, antes de tudo, a prática do pensamento. É próprio ao homem faculdades que o permitem perceber as coisas ao seu redor, imaginar acontecimentos não realizados, relembrar ocorrências do passado, demonstrar um raciocínio, e, para além de todas essas capacidades, o homem pode (embora não seja uma prática fácil), pensar.
O pensamento não é atividade natural ao homem, ou seja, não basta ser humano para naturalmente pensar. Em realidade, como diz Platão, é preciso estar diante de uma contradição para que o pensamento se ponha em marcha. Mas o que significa estar diante da contradição? A antilogike como nomeavam os gregos e, como a própria palavra sugere, a antilogicidade, portanto, a anti naturalidade; a anti prática comum à logicidade e ao intelecto humano. Significa dizer que o pensamento não dá ao homem aquilo que lhe é próprio, mas sim aquilo que causa um estranhamento; que o pensamento não serve ao homem como uma ferramenta de suas necessidades corriqueiras, mas lhe permite ir além de tais necessidades, experimentando uma capacidade que o eleva acima de sua condição comum.
De forma alguma isso sugere um exercício místico ou mágico-religioso, ainda que na imagem de Platão, ele tenha colocado essa prática em um mundo das alturas. A preocupação de Platão era distinguir com clareza dois mundos: o mundo da vida ordinária, que ele chama de mundo sensível, e o mundo do pensamento, que ele chama de mundo inteligível. Qual a preocupação do filósofo grego? Estabelecer de forma bem marcada que o homem vive em uma realidade que se oferece à sua sensibilidade, que o insere no senso comum, que se desenrola nas práticas cotidianas da vida social e política, mas que essa não é toda a realidade existente.
Daqui já vem a primeira lição de Platão de como devemos observar a natureza. Ao olhar para o mundo, eu vejo a realidade sensível, eu vejo o que se apresenta a mim através do que impressiona meus sentidos. É o mundo em que o homem vive, que é visível, tocável e dotado de corpo, sujeito ao devir e ao nascimento (2001, 28 b). Mas o chamado diagrama da linha, exposto no Livro VI, da República (2000, 509d-511 e), representa os diferentes modos de conhecimento, tendo a linha uma primeira divisão entre a realidade sensível da realidade inteligível. Logo, se acreditarmos que o que observo na realidade sensível é o mundo ou toda a realidade, eu já violei a lição primeira da filosofia.
A realidade sensível é real, é efetiva, é existente, mas é enganosa. É como se o que fosse dado à sensibilidade se caracterizasse por uma deficiência estrutural: eu percebo o mundo, eu vejo as coisas, mas tal realidade é uma espécie de primeira camada, é o que Platão também denomina mundo da aparência.
3 Percepção e mundo sensível
Bergson, filósofo francês contemporâneo, reproduz a lição platônica ao explicar o que é a percepção. Ele se dedicou longamente ao exame da percepção e em sua obra “Matéria e Memória” em que nos mostra que todo ser vivo se constitui como um centro perceptivo, como uma imagem que se relaciona com as imagens exteriores que o cercam, de modo que se desaparece a percepção, desaparece a possibilidade de ação das imagens do mundo sobre o um corpo e vice-versa. Neste centro perceptivo o estimulo chega, se propaga e o mundo exterior é representado – eis o que constitui uma pessoa (1990, p. 34).
O vivo tem a percepção para fundamentalmente apreender o que está do lado de fora dele, apreender a exterioridade. Quando o ser vivo entra em contato com outro corpo, com outra imagem, ele volta esse corpo para o seu centro, para sua percepção e sua possível ação, movimento este indispensável para a sua sobrevivência.
De maneira geral, funcionamos baseados na suposição de que o que os nossos olhos transmitem ao nosso cérebro sobre o mundo exterior é real. Chegam informações na superfície do corpo em termos de luz e som de intensidade e cumprimentos de ondas variáveis, além de flutuações de temperatura, pressões em pontos específicos da pele, concentrações de certas substancias químicas detectadas pelo nariz ou pela língua. O mundo exterior é visto e reinterpretado através do olho da nossa mente. Nós estamos sempre numa perspectiva solipsista, pois até certo ponto acreditamos que o mundo vai para a cama quando vamos dormir.
O que Bergson vai mostrar é que o que se torna objeto da percepção consciente não é todo o mundo. “Uma imagem pode ser sem ser percebida” (1990, p. 24), isto é, nem toda matéria é conscientemente percebida ou representada. Minha percepção escolhe algumas imagens enquanto que uma infinidade de outras permanece excluída. Ou dito na fórmula filosófica clássica, o objeto que se revela para mim não é o objeto em si.
Diz Bergson: Perceber conscientemente significa escolher e a consciência consiste antes de tudo nesse discernimento prático. As percepções diversas do mesmo objeto que oferecem meus diversos sentidos não reconstituirão, portanto, ao se reunirem, a imagem completa do objeto; permanecerão separadas umas das outras por intervalos que medem, de certo modo, muitos vazios em minhas necessidades (1990, p. 35).
Ao passar da presença para a representação (a totalidade das imagens percebidas) as coisas perdem um pouco de si, uma vez que a representação é menos do que a presença. É como se a imagem abandonasse algo delas mesmas, se isolando do restante do mundo material. Essa diminuição que ocorre na representação é o abandono do que não interessa às nossas necessidades, às nossas funções. A percepção deixa de ser a imagem do todo e passa a ser o que interessa ao meu corpo, excluídas infinitas outras imagens. A consciência é essa escolha, esse discernimento prático, mas é ao mesmo tempo essa crosta exterior, essa película superficial. O objeto representado é como que obscurecido, diminuído, emoldurado, suprimido naquilo que não interesse a um centro perceptivo. Só retemos o que somos capazes de influenciar e o que é capaz de nos influenciar.
Prossegue o filósofo: Poderíamos dizer que a percepção de um ponto material inconsciente qualquer, em sua instantaneidade, é infinitamente mais vasta e mais completa que a nossa, já que esse ponto recolhe e transmite as ações de todos os pontos do mundo material, enquanto nossa consciência só atinge algumas partes por alguns lados (BERGSON, 1990, p. 26).
Assim, a a percepção consciente revela uma pobreza, ainda que uma pobreza necessária ao sujeito da consciência.
Portanto, pode-se concluir que ao observar a natureza a minha percepção diminui a matéria do mundo, porque funciona segundo os seus interesses, interesses práticos, interesses humanos. Não apreendo a matéria em sua totalidade, mas somente nos elementos que me interessam, que são uteis ao meu agir humano enquanto ser vivo e não enquanto sujeito do pensamento.
Além disso, o cérebro tem dispositivos de bloqueio bastante elaborados para evitar a chegada de novas informações ao depósito central, o que se chama filtragem perceptual (ROSE, 1984, p. 299). Se percebêssemos as coisas sem nenhuma filtragem perceptiva seríamos como Funes, o memorioso, personagem do conto de Jorge Luis Borges, dotado de uma percepção infalível. Diz Borges: “nós, de uma olhadela, percebemos três copos em cima de uma mesa. Funes todos os rebentos e cachos e frutos que comporta uma parreira” (1995, p. 114).
Em resumo, quando observamos o mundo, de toda a informação que chega aos olhos em qualquer momento dado, apenas uma pequena proporção chega à consciência. Daí decorre que a percepção não é o objeto mais algo, mas o objeto menos algo, menos tudo o que não interessa (DELEUZE, 1999, p. 16).
Perceber conscientemente é escolher dentre os estímulos exteriores, aquele que há de atuar em nós e ser por nós respondido, em vista dos interesses momentâneos da nossa vida prática. Ou seja, presos na atenção à vida, limitamos a nossa visão, reduzimos o mundo. Se usássemos os termos de Platão, enquanto limitados à realidade sensível, estamos limitados ao mundo da percepção e ao que interesse ao sujeito na vida ordinária, na vida comum.
Mas quando é possível aparecer uma brecha, isto é, quando dá-se um relaxamento dessa atenção, outras lembranças e outras percepções penetram a nossa vida consciente, como é o caso do sonho (BERGSON, 2009, p. 78). “O sonho é a vida mental integral menos o esforço de concentração”, (Idem, 2009b, 104) ou seja, relaxado da permanente atenção que a vida de vigília impõe, o sujeito que sonha expande seu espírito para além das regras da logicidade e coerência que o intelecto vigilante está habituado.
No sono, nós nos desinteressamos da atenção à vida. “A pessoa dorme na exata medida em que se desinteressa” (idem, p. 103). O que ocorre, portanto, é que a percepção ao invés de ser restringida quando dormimos, ao contrário, se expande, se amplia. E por isso podemos dizer que é com sensação real que fabricamos o sonho (idem, p. 93).
O sonho pode ser uma ressurreição de um passado que não somos capazes de reconhecer: uma imagem cujo objeto ou fato foi percebido distraidamente, quase inconscientemente durante a vigília (idem). É como se as “funções superiores” da inteligência cedessem lugar para a mais louca variação de imagens, sequências, possibilidades. Daí Nietzsche afirmar que o sonho desencadeia em nós poderes artísticos (2008, § 798). Poderíamos dizer: o sonho desencadeia em nós outros poderes, outros modos de observar a natureza (não à toa, Freud elege o sonho como matéria primordial de análise, como porta para o inconsciente).
4 Mundo inteligível e pensamento
Voltando à lição de Platão, este nos ensina que para além da realidade sensível, há outra, chamada realidade inteligível. Enquanto inteligível tal realidade não pode ser vista, ouvida, percebida pelos sentidos, mas pode ser objeto do pensamento. Para além das implicações e desdobramentos do que caracteriza o mundo inteligível de Platão, o que nos interessa aqui é a ideia fundamental de que o que é dado à sensibilidade é ilusório e enganoso, não envolve toda a realidade e, portanto, ao observar a natureza não posso me contentar com o que vejo. Se Platão pode ser dito decisivo em sua influência na história do pensamento não é por outra razão senão porque ensinou a não crer no mundo do limite perceptivo e cognoscente do homem, porque ensinou o engano das aparências que simulam ser a realidade. E que é preciso ir além desse limite para pensar, porque o pensamento atinge ideias que escapam ao logos, ao discurso, aos interesses imediatos. Abandonando a vida comum, ordinária, sensível, o homem tem ainda a faculdade de pensar, de observar a natureza mesmo quando essa se mostrar contraditória, incompreensível ou inapreensível. Aliás, nossa incompreensão da natureza muitas vezes corresponde à nossa pouca força e mesmo ao sentimento que se tem de ser ameaçado por determinadas ideias.
Platão também nos ensina que a filosofia surge tendo a doxa como rival. A opinião, própria do senso comum, é o primeiro inimigo da filosofia e será um oponente perigoso e combativo que não lhe dará trégua ao longo de toda a história do pensamento humano. Logo, se ao observar a natureza ficarmos com as práticas opinativas e de senso comum, não se irá longe. Galileu, por exemplo, para realizar as descobertas que realizou, que vencer o senso comum. Diz ele a respeito da doutrina copernicana: “tal doutrina não é, portanto, ridícula, visto ser sustentada por grandíssimos homens e, embora o número destes seja pequeno, em comparação com os seguidores da opinião comum, isto é prova, antes, da dificuldade de ser compreendida do que de sua futilidade” (2009, p. 105).
A ciência moderna, ainda refém do campo dos fenômenos, tinha como meios de conhecer a experimentação, isto é, o que os seus sentidos podem comprovar através da observação (mesmo que esta observação estivesse estendida para além das capacidades naturais do homem por meios dos instrumentos óticos criados e auxiliados pelas equações matemáticas). Ainda que a revolução das ciências naturais no século XVII tenha significado uma importante transformação para a ordem do conhecimento, o homem da ciência aqui ainda está preso no que vê. “O telescópio não modifica a situação. Ele nos permite ver mais estrelas do que antes de sua invenção; permite-nos transcender a limitação factual de nosso sentido de visão; mas deixa intacta a estrutura essencial da astronomia e do universo de que ela se ocupa” (KOYRÈ, 1979, p. 86). Ou seja, de certo modo o homem ultrapassa suas limitações visuais, por auxílio instrumental amplia sua capacidade de visão, tornando visível o que antes não o era, e se apoiando nas matemáticas justifica racionalmente o assentimento a essas verdades, mas o princípio epistemológico não se altera, uma vez que ele ainda observa a natureza a partir daquilo que ele vê.
Até o século XX ao homem era natural e mesmo adequado descrever a realidade tendo como referência suas próprias medidas, mas a contemporaneidade traz uma imagem do universo que não pode mais ser ancorada nessa visão. As convenções humanas, na realidade, começam a se revelar um entrave para a física e para a cosmologia dos últimos oitenta anos.
O século XX marca um novo momento na história das ciências, em que as certezas próprias da modernidade cederão lugar à imprevisibilidade, ao indeterminismo, à instabilidade, ao devir, isto é, preceitos que levarão o pensamento necessariamente para além das referências do homem.
Este novo passo da história da epistemologia, encontra nos conceitos de matéria escura e energia escura o caminho de uma realidade que está para além do que é permitido ao homem observar. Eis a nova perplexidade do homem da ciência: como posso conhecer o que não vejo? Como definir uma natureza que não se apresenta à sua representação sensível?
No século XX cientistas verificaram que a matéria visível do universo seria insuficiente para justificar as velocidades observadas e concluíram que estaria faltando matéria no universo – problema que ficou conhecido como o problema da “massa faltante”. Os astrônomos começaram a se dar conta que seus objetos de estudo até então compreendido como todo o universo, se revelava apenas uma pequena porção deste e foram se encaminhando para a ideia de que haveria uma massa invisível no universo. A partir daí o termo “massa faltante” deixa de ser usado, uma vez que o problema não era a dificuldade de sua localização, mas a própria impossibilidade de ser vista, mesmo com o mais dos sofisticados dos instrumentos óticos – tratava-se de uma matéria escura.
Esta massa ausente ou matéria escura parecia efetivamente existir, embora de modo invisível, desconhecido. Os cientistas tinham dela apenas um conhecimento teórico ou inteligível, para seguir os termos platônicos; havia evidências de sua existência pelo modo como afetava o que estava à sua volta, mas em razão de sua distância e escuridão, era uma matéria que não podia ser vista.
Esta matéria escura não é a mesma coisa de que são feitos os átomos e que formam a matéria familiar ao homem. Não se trata da matéria que conhecemos, só que escura. É uma substância de natureza distinta e desconhecida, pois não interage com a luz de nenhum modo conhecido, não formando nada, não interagindo consigo mesma nem com nenhum outro tipo de matéria.
A matéria familiar ao homem é a matéria que se apresenta à sua representação sensível: a matéria que ele vê, toca, experimenta. Até então, o homem acreditou que tudo o que existia fosse composto dessa substância. Agora ele descobre que o cosmos seria não só muito muito mais vasto, mas de natureza diferente daquilo que se apresenta à sua representação sensível e que portanto, seu conhecimento sobre o cosmos outrora tão cheio de certezas e pretensões definitivas, se vê reduzido a bem pouca coisa.
Desde 1975 os físicos consideram a presença da matéria escura no universo; depois de 1999 passou-se a considerar a presença de uma substância de natureza ainda mais misteriosa: a energia escura. As evidências indicavam que o universo não poderia ser feito apenas de matéria e deveria haver outra coisa que sobrepujava a força da gravidade e alimentava a expansão. A energia escura, não se identificaria com nenhuma forma de matéria-energia já conhecida e, só poderia ser observada indiretamente, isto é, pelo comportamento de aceleração da expansão do universo (NOVELLO, 2010, p. 74-75).
Esses novos conceitos e esse novo modo de observar a natureza marca um novo momento na história do conhecimento, em que se retorna à lição numero 1 de Platão: conhecer não é mais retratar o que é visto, seja pela visão natural, seja por uma visão artificialmente alargada por instrumentos óticos. Toda questão agora é a insuficiência humana: encerrado em suas representações, a natureza lhe estará para sempre negada; disposto a ultrapassar sua própria condição, fazendo uso de sua faculdade de pensar, lhe será possível descobrir os encantamentos da vida.
Como diz Deleuze, “o pensamento, talvez seja, por sua vez, um desses movimentos terríveis inconciliáveis com um sujeito formado, qualificado e composto como o do cogito na representação” (DELEUZE, a ilha deserta, p. 133).
A nova ideia que esses conceitos trazem é que tudo o que existe não é tudo o que é observado ou todo o real. As faculdades humanas são preparadas para lidar com o mundo mental e com o mundo empírico, mas como diz Novello, “conhecer a natureza somente pela observação é uma limitação muito grande” (2005, 15). Prossegue o cosmólogo:
A natureza pode ser maior que o nosso universo…. o que chamamos de nosso universo pode se referir somente a uma parte de uma Totalidade maior. A grande questão para os cientistas consiste em procurar algum modo de observar estas extensões para além da imagem mental que fazemos do universo, para além destas quatro dimensões em que pensamos a realidade (NOVELLO, 2005, 49).
No século XXI o homem descobre que a questão do universo não é o seu alcance quantitativo, isto é, não se trata de ir alargando o olhar para distâncias cada vez maiores, multiplicando galáxias aos bilhões. Uma mudança de natureza qualitativa se dá: o universo deixa de ser apenas composto com a matéria que até então se acreditava compô-lo, a matéria que a percepção sensível abarca. Se olharmos para o universo, nossa percepção nos faz crer que a Terra é estacionária, que o Sol gira ao redor da Terra, que as estrelas não possuem movimento. Foi preciso ao homem da ciência ir além do que sua percepção fazia crer. Mas agora, nos últimos anos, a questão da ciência não é ir mais além, porque o problema não é mais refinar a percepção, mas passar a construir o conhecimento científico sobre outras bases, em que a percepção antes de ser o caminho primeiro, é vista como armadilha de ilusões.
Assim, a física contemporânea antecipa uma reforma epistemológica que é ao mesmo tempo um retorno à lição platônica. Ela desafia o homem a construir uma outra forma de pensar, sob pena de mesmo se esvaziar enquanto ciência. É preciso, ao observar a natureza, buscar algo que parece estar fora dela mesma. Algo que não pode ser visto, mas também para ser pensado exige uma quebra das regras do entendimento, dos princípios norteadores da logicidade e da razão. Mais do que desbravar o Cosmos, o homem precisa mergulhar nessa aventura que desbravará o próprio ato de pensar.
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