Editorial
Cosmos e Contexto tem por objetivo divulgar as ciências humanas e as físicas.
Em seu primeiro número dissemos:
O nome dessa revista pretende explicitar seu caráter multidisciplinar, tendo como ponto de apoio principal a Cosmologia. Cosmos e Contexto aparecerá no dia 15 de cada mês e seu corpo editorial é formado por cientistas e estudantes do Instituto de Cosmologia Relatividade e Astrofísica do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (ICRA/CBPF). Como nosso ponto de partida é a Cosmologia, a revista conterá sempre uma seção de informações e notícias especificamente dirigida para físicos e astrônomos. Embora comecemos essa caminhada a partir da Cosmologia, isso não significa que nos limitaremos a uma única visão: exploraremos diferentes modos de entender o universo e o homem. Queremos compartilhar saberes, que mesmo por tradição ou interesses pessoais e/ou institucionais tenham sido declarados como opostos ou até mesmo irreconciliáveis, tendo como ponto comum a investigação do homem e da natureza.
Desde sempre enfatizamos que não reconhecemos nenhuma contradição entre os modos distintos pelos quais cientistas da física (em particular os cosmólogos) e cientistas das áreas humanas (em particular a filosofia ) procuram construir uma história do mundo e sobre o mundo. Isso pode ser demonstrado por meio dos diversos eventos que organizamos como, por exemplo, no recente simpósio Miséria da ciência sem filosofia, que reuniu cientistas e humanistas.
Nós pensávamos que o grau de desenvolvimento da pesquisa científica realizada nas universidades brasileiras e nos institutos tivesse colocado nossa sociedade imune a essa onda negacionista, que se organiza como oposição irracional à ciência e à cultura que parece permear o mundo ocidental.
Estávamos enganados.
O que ocorre no Brasil hoje representa dramaticamente este engano.
Desse modo, os editores da Cosmos e Contexto decidiram incluir em suas publicações textos de atualização da atividade política brasileira. Não se trata de penetrar na política do cotidiano, mas sim servir como antídoto à desordem social que está produzindo nas mentes dos brasileiros um sentimento anti-solidariedade, anti-comunhão, e até mesmo, em alguns movimentos, racistas.