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Como nos movemos?

Por Márcia Mattar 10 de dezembro de 202410 de maio de 2025

Assim como todos os animais, os seres humanos se movem, se locomovem e se deslocam no ambiente para viver.

 Entre as espécies animais, os humanos-sapiens somos os que apresentamos maior complexidade locomotora. 

Andar sobre 2 membros, mantendo o dorso ereto e os braços soltos, foi, sem dúvida, a grande mudança evolutiva que, deixando as mãos livres e o olhar panorâmico, favoreceu o desenvolvimento do cérebro, para além das “estratégias adaptativas” de sobrevivência animal, promovendo a criatividade, o desenvolvimento da arte, a manufatura, o uso de utensílios, as culturas, a escrita, as tecnologias … 

Contudo, toda a tecnologia que, ao longo de séculos, tornou-se fundamental no ambiente da vida humana, foi, progressivamente, substituindo o uso do corpo como ferramenta, até que, com IA, torna-se, ela mesma a tecnologia, um ambiente humano, contemporâneo, onde o movimento do corpo tornou-se tão limitado, quase dispensável. 

As pessoas que vivem atualmente, nasceram e vivem em um mundo sedentário. E, no entanto, necessitamos nos mover para nossa vida cotidiana.

Que partes do corpo realizam a mobilidade?

O sistema locomotor se constitui da sua estrutura anatômica e da função neuro motora, de modo global e sistêmico no corpo. Assim se organizam a postura e a motricidade. A partir do uso funcional do corpo.

Esse sistema é composto de ossos, articulações, tendões, ligamentos e todas as partes não ósseas pertencentes ao conjunto, que, incluindo as fáscias (o tecido conjuntivo), compõem os elementos anatômicos desse sistema. 

Note-se que a pele é também parte dessa estrutura que promove o movimento. 

 Sua origem embrionária, relaciona o sistema locomotor, desde sua formação, com todos os outros sistemas, destinando-se a sustentar nosso próprio peso, a postura e executando a mobilidade e a locomoção. 

Os movimentos são resultado de uma “conversa” entre o sistema nervoso e o sistema locomotor. Essa conversa é modulada pelas informações que chegam ao cérebro através dos sentidos, que percebem o mundo e o próprio corpo (propriocepção) . 

No sedentarismo, os músculos que sustentariam o peso do tronco e da cabeça na postura ereta relaxam automaticamente (coxas, panturrilhas, abdome, dorso) e são “desativados” no cérebro. O peso do corpo vertical se apoia então, nas nossas articulações (e essa é a principal causa de dor articular).

 Os movimentos também são afetados, ou determinados, pelo pensamento, pela cognição e pelas emoções. As emoções são importantíssimas na qualidade da motricidade. Os mesmos gestos, realizados sob emoções distintas, recrutam energia diferente, tensão diferente, resultado diferente.

 A motricidade é tanto mais complexa, quanto mais complexo for o sistema nervoso do animal.

Para compreender o movimento humano precisamos agregar o contexto emocional, a singularidade individual no modo de mover-se, ainda que todos os indivíduos, ao se moverem, sejam representantes da motricidade humana e suas características.

Movimentar-se envolve todos os sistemas. Nervoso, circulatório, respiratório, endócrino, excretor, digestivo

  As articulações são nosso aparelho Proprioceptivo…onde percebemos a sensação do nosso próprio corpo e nossa relação física com o ambiente externo, todo o tempo enfrentando/ se relacionando com o campo gravitacional.

 Mover-se é, e precisa, ser automático.

Embora sejamos conscientes das ações que realizamos através dos nossos movimentos, não precisamos pensar em quais movimentos fazer na execução da tarefa. 

Por isso, a ambiguidade de ser voluntário (ato de abrir a porta) e involuntário (não percebo o trajeto da mão no espaço) é automático.

A motricidade envolve quase todas as funções do cotidiano. Apenas pensar não exige mobilidade… (se excluímos a respiração).

Portanto, concluo afirmando que o movimento em si, a qualidade da nossa mobilidade e a plasticidade de nossa estrutura corporal, são fundamentais para a manutenção da saúde e do bem-estar.

Autor

  • Márcia Mattar

    Medica fisiatra, especialista em Medicina do Movimento.

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