A Universidade do Distrito Federal
“Tempo presente e tempo passado
estão ambos talvez presentes no tempo futuro “
T. S. Eliot
Em abril de 1935, foi criada no Rio de Janeiro a Universidade do Distrito Federal (UDF), composta de cinco escolas: Ciências, Educação, Economia e Direito, Filosofia e Instituto de Artes.
O principal objetivo da nova universidade era encorajar a pesquisa científica, literária e artística e “propagar as aquisições da ciência e das artes, pelo ensino regular de suas escolas e pelos cursos de extensão popular”.
A UDF pretendia não apenas produzir profissionais, mas formar “os quadros intelectuais do país”.
Tendo Anísio Teixeira na direção do Departamento de Educação, a UDF abriu espaço para uma experiência pioneira e original na história da universidade no Brasil.
Em dezembro do mesmo ano, Pedro Ernesto, então prefeito do Rio de Janeiro, foi obrigado a demitir seu Secretário de Educação Anísio Teixeira, o reitor da UDF Afrânio Peixoto e vários professores, abrindo-se assim uma grave crise no interior da universidade recém-criada.
Em 1936 a UDF tinha cerca de 400 alunos e em 1937 formava sua primeira turma.
Parecia que o projeto de Anísio Teixeira poderia apesar de tudo se consolidar, mas a impressão logo se mostrou ilusória, pois a UDF contrariava o projeto acalentado no Ministério da Educação por Gustavo Capanema, de fortalecimento da Universidade do Brasil.
A instauração do Estado Novo em novembro de 1937 criou condições para a eliminação da UDF e a incorporação de seus quadros à Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, criada em 1939.
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Texto editado a partir de Anos de Incerteza (1930 – 1937) – Universidade do Distrito Federal – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil.
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